Reunião do FAFC

Dia 30 de Maio de 2009,

Realizou-se, no 4º piso do Centro Comercial Avenida de Coimbra, uma das habituais reuniões do FAFC. Estavam em discussão dois assuntos principais:

  • Expulsão do militante José Luis Guterres e seus seguidores

  • Definição das actividades que melhor fazem participar todos os membros do FAFC
Em relação ao primeiro assunto, a expulsão do militante José Luis Guterres (e seus colegas) da Fretilin, os membros do FAFC limitaram-se a expressar as suas modestas opiniões e comentários, de uma forma bastante académica, confrontando os comportamentos dos referidos militantes com o estatuto e regulamento interno da Fretilin, durante o periódo pós-independência.

Feito isto, o FAFC chegou a um senso comum de que a decisão da Comissão Nacional de Justiça, apoiada posteriormente pelo Comité Central da Fretilin (CCF), foi bem justificada.

É necessário conscientizar todos que num estado democrático tudo é regido por leis. Ninguém pode colocar-se acima da lei. Só assim é possível servir o bem comum. Os partidos políticos também se organizam da mesma forma. Há estatuto e regulamento interno que governam a sua existência e os comportamentos dos seus militantes, pelo que todos os actos que violam conscientemente os valores, os princípios e as linhas políticas desses mesmos partidos merecem a chamada de atenção.

O FAFC admira a capacidade intelectual e a qualidade profissional do Sr José Luis Guterres, não se furtando a reconhecer que também foi importante em várias linhas da luta da Fretilin durante o colonialismo indonésio.

Revelou-se após a independência de Timor um homem dotado de espírito de mudança e foi este espírito que ele queria injectar no partido da Fretilin.

Mudar é necessário. É fundamental saber o porque tem de mudar, se realmente quiser mudar deve haver mais vontade política, mais dedicação e mais trabalhos. Os militantes e a juventude do partido esperavam mais do Senhor José Luís Guterres.

No entanto, é de lamentar que o seu desempenho para atingir os seus objectivos de mudança ficou muito aquem das expectativas. Se realmente ele teve as boas intenções para a Fretilin, nunca deveria abdicar-se do partido e dos seus deveres.Deveria permanecer de corpo e alma na Fretilin, trabalhar com os outros militantes em prol dos objectivos do partido e só assim poder realizar as suas boas intenções.

Infelizmente ele mudou o seu rumo político e juntou-se aos adversários políticos da Fretilin, tomando o cargo de vice primeiro ministro, para contrariar os príncipios e linhas políticas da Fretilin. Esta faceta do Sr José Guterres é indigna para Fretilin e é considerada ìmpar à sua capacidade intelectual. Ele pôs em causa os valores do partido da Fretilin, pelo que a sua expulsão é justíssima.

Em relação ao segundo assunto da reunião, os membros do FAFC estiveram de acordo com a realização de oratórias que visam abordar temas diversos conexos com evolução da jovem nação Timorense. Estas oratórias serão dirigidas tanto pelos membros do FAFC como pelas pessoas não membros, convidadas pelo FAFC.

Tudo será feito conforme a disponibilidade dos oradores e a especificidade dos temas a escolher. Isto é um dos melhores mecanismos que o FAFC quer pôr em funcionamento, visando nutrir a capacidade dos seus membros de dominar a arte de discursar em público, enriquecer os conhecimentos académicos dos mesmos através da partilha mútua de ideias e estimular a sua capacidade de resposta face aos problemas emergentes.

FAFC COM JUVENTUDE BLOCO ESQUERDA


Juventude de Bloco Esquerda da região Coimbra
“F.A.F.C procura o seu primeiro parceiro”

No encontro organizado pelo Coordenador Geral de FAFC (António Guterres) no passado dia 20 de Maio com a Juventude de Bloco Esquerda da região Coimbra, teve como objectivo discutir uma possível cooperação entre os dois grupos.

Nesta reunião, esteve na discussão uma série de propostas apresentadas pelo FAFC, entre as quais; a participação de FAFC nas actividades organizadas pela Juventude de Bloco Esquerda, quer no campo político, sócio-cultural ou académico.

No encontro, António Guterres afirmou que “a participação de FAFC nesta actividade será uma oportunidade, pois nós queremos exprimir e divulgar o actual problema que se vive em Timor ao povo português”, conclui.

Na abertura do encontro, o Eduardo da Costa (membro de FAFC) fez uma breve alusão histórica sobre a Fretilin aos camaradas de Bloco Esquerda e disse que “a Fretilin é o único partido que defendeu a independência de Timor, o povo está a ser manipulado para desacreditar a Fretilin”, referiu. A mesma ideia é partilhada por Francisco Vicente, e reforçou que “o plano para afastar a Fretilin do poder já estava a ser planeado a muito tempo, mas como sabem a Fretilin continua ser forte, porque a Fretilin é o povo e o povo é a Fretilin”, salienta.

Por outro lado, Bruno, um dos presentes de Bloco Esquerda no encontro começou a falar das actividades e dos movimentos políticos que pertencem ao Bloco e que este tem vindo a desenvolver. O Bruno assegurou que “o problema que se encontra actualmente no panorama mundial é o problema económico”, disse. Por seu lado, o Fabian (outro membro de Bloco Esquerda presente) reforçou a opinião do seu camarada e apresentou algumas questões acerca da situação política de Timor, e perguntou “quem é o Reinaldo?, e porque é que o Xanana perdeu a sua popularidade que tinha?”, conclui.

Perante as respectivas questões, o Francisco Vicente respondeu que “são duas questões bem colocadas, Reinaldo era o chefe da policia militar, foi vítima da sua própria ambição, e quanto o Xanana, o povo adorava-o, quem destruiu a popularidade do Xanana não é o povo, mas sim o próprio Xanana”, finaliza.

O mesmo pensamento é defendido por todos e apontam que “os interesses estrangeiros no país continuam ser a origem da crise e que é necessário criar de forma urgente uma política alternativa”, concluem.No final da reunião, o Coordenador Geral (António Guterres) fez um balanço positivo acerca deste encontro e espera que este seja o primeiro de muitos encontros entre FAFC e Juventude de Bloco Esquerda da região Coimbra.

FAFC EM DEBATES


É urgente combater o aumento das desigualdades sociais e apresentar um projecto claro para a reconstrução nacional”. Estas são palavras de Alberto Belo, que escolheu o tema “A Reconstrução Nacional e Justiça Social” para o encontro que teve lugar a dia 21 de Maio, no edifício de AAC (Associação Académica de Coimbra).

O encontro dirigido pelo Vice-coordenador geral (Samuel Freitas), que contou com a presença de elementos do F.A.F.C (Fórum Académico da Fretilin em Coimbra).No início do debate, Alberto Belo abordou o ponto da situação que se vive em Timor, lembrou os problemas do passado e falou das suas perspectivas para uma possível governação da Fretilin num futuro próximo.

“A Fretilin governou o país sem dinheiro mas, ainda assim não deixou o país em crise económica. O partido apresentava prioridades para o desenvolvimento de Timor, mas infelizmente a sua governação foi impedida”, criticou. Segundo Belo, “nota-se cada vez mais o aumento das desigualdades sociais e da corrupção.

Estes são fenómenos que devemos combater”. Esta opinião foi partilhada por Joaquim Fernandes, que reforçou a ideia da reconstrução nacional e, em referência à Fretilin, defendeu que “a socialização do partido é uma prioridade”.

Por seu lado, António Monteiro critica o governo actual por este não ter “um projecto claro para o desenvolvimento do país” e alerta que “sem estabilidade política não há desenvolvimento”.

Na reunião, todos estiveram em sintonia quanto à necessidade de a Fretilin dar a conhecer os seus projectos ao povo. Para isso, “o partido deve criar um grupo de pessoas competentes, que possa identificar as necessidades da população”, considerou Vital Araújo.

DISCUSSÃO DE IDEAIS

Mensagem dos Académicos da Fretilin em Coimbra a propósito da visita do Primeiro-ministro de Timor-leste (José Alexandre Gusmão) a Portugal.

FÓRUM ACADÉMICO DA FRETILIN EM COIMBRA (F.A.F.C)

A situação pela qual o país tem passado, sobretudo os desafios políticos que se colocam a todos os timorenses, leva-nos uma profunda reflexão e discussão de ideias. Por isso, nós, académicos da Fretilin em Coimbra, decidimos transmitir os seguintes pontos aos nossos governantes:

1. Queremos que haja estabilidade política no paísNós, académicos da Fretilin em Coimbra, continuamos a pensar que o Governo liderado pelo Senhor Gusmão ainda não conseguiu reunir as condições necessárias para garantir a estabilidade política no país. Por isso, nós sugerimos que o Governo respeite os órgãos de soberania do país. Só assim poderá encontrar um entendimento político para garantir a estabilidade e a paz em Timor-leste.

2. O Governo deve apresentar projectos bem definidos para o desenvolvimento da naçãoHá mais de um ano no poder, o país continua a assistir à ausência deste Governo. O Governo continua não ter uma ideia clara para pôr o país em desenvolvimento e, por isso, nós propomos que o Governo apresente os seus projectos ao país para puder garantir o desenvolvimento sustentável.

3. O Governo deve criar condições de vida para o povoNós continuamos a pensar que o governo de Gusmão está longe de criar condições para o povo. Vemos que o direito do povo está a ser centralizado. Por isso, nós apelamos ao Governo para que sirva e una o povo. O Governo deve criar condições e estratégicas políticas, sobretudo na gestão política integrada que serve como prioridade aos mais pobres e igualdade de oportunidades na participação do desenvolvimento do país.

4. O Governo deve reavaliar a sua política económicaNós, académicos da Fretilin em Coimbra, consideramos que a política económica deste Governo foi uma decepção. Não há transparência na implementação do orçamento, há mais despesas do que receitas. O Governo ignorou o aviso do Banco Mundial, optando por uma política de gastos excessivos, achando que distribuir dinheiro para o povo é o caminho correcto. Da nossa parte, achamos que esta não é uma via eficaz para assegurar o desenvolvimento económico do país. Por isso, pedimos ao Governo que reavalie a sua política económica.

5. Apostar na língua portuguesa deve ser uma prioridade para o GovernoSe o português é a língua oficial de Timor, porque é que Portugal e a comunidade CPLP não são prioridades para o investimento na educação do Governo de Gusmão? Da nossa parte, achamos que a politica de educação deste Governo está mal empregada, pois a língua portuguesa continua a ser importante para o desenvolvimento de Timor. Por isso, sugerimos que o Governo considere a comunidade CPLP como uma oportunidade para o investimento na educação.

6. Queremos que a justiça funcione como um órgão independente no país democrático de Timor-lesteBaseando nos seis pontos acima referidos, continuamos a insistir numa boa governação, para que o povo não fique nas incertezas e nas ilusões projectadas neste Governo.Para além dos pontos salientados, queremos também apelar a todos os timorenses que participem na fiscalização da acção deste Governo actual liderado pelo Senhor José Alexandre Gusmão.É desta forma que o Fórum Académico da Fretilin em Coimbra manifesta a sua preocupação pela actual situação política que se vive em Timor-leste.

Coimbra, 24 de Novembro de 2008
Fórum Académico da Fretilin em Coimbra (F.A.F.C)

FAFC em Debates

TIMOR-LESTE ESTÁ LONGE DAS EXPECTATIVAS
No debate realizado pelos membros do F.A.F.C (Fórum Académico da Fretilin em Coimbra), no passado dia 11 de Outubro, esteve em discussão “o primeiro ano da governação de AMP”.

Os membros do F.A.F.C consideram que o primeiro ano da governação de AMP foi insucesso, o povo continua sentir a sua ausência. Tem-se assistido uma aliança política que não está preparada para servir o país. Está a funcionar como uma força que serve para proteger os interesses dos outros e não do povo.

Confrontando com o tema intitulado, F.A.F.C decidiu reunir os seus membros para mais um debate de ideias. Considerando que o povo deve ser informado sobre a política deste governo.Os elementos do F.A.F.C continuam achar que o país está afastado das expectativas. Verifica-se de facto um governo que ainda sem ideias para garantir as aspirações do povo. A situação política que se encontra no país é uma realidade, referindo-se com isso, os membros do F.A.F.C são chamados para mais uma discussão de ideias.

A forma como está a conduzir o país, este governo não merece elogios. O governo perdeu o controlo e o equilíbrio políticos em todos os sectores, a taxa de corrupção e do nepotismo permanece elevada principalmente no sector da administração pública. Há uma desorganização total na estrutura política deste governo.

Os elementos do F.A.F.C reconhecem que o governo não sabe por onde deve começar e não sabe para onde quer chegar.

Quanto a sua política económica, os membros consideram que foi uma desilusão para o país. Ao aprovar um orçamento que segundo os economistas internacionais, é um orçamento maior para um país como Timor-Leste. Mesmo assim, o governo continua incapaz de colocar o país em desenvolvimento. O desemprego invade todo o território do país, a pobreza mantêm-se fixa na sociedade.

Os membros do F.A.F.C pensam que com este orçamento, o governo tinha as condições necessárias para garantir a estabilidade do país, mas infelizmente não aconteceu. Não há transparência na implementação do orçamento. Visto que há mais despesas do que receitas, colocando assim o país em grande deficit económico.

Os membros afirmam que o país está a ser colocado num cenário complicado e apelam ao povo para que participasse na fiscalização da acção deste governo.É um panorama inadmissível. Sobretudo, quando o Banco Mundial fez o aviso ao actual executivo, dizendo que “os planos económicos deste governo podiam pôr Timor-Leste no caminho para uma maldição”.

Os membros do F.A.F.C asseguram que o dinheiro gasto em subsídios pelo governo é mal orientado e, temem que os subsídios possam contra disparar, ameaçando a estabilidade económica, criando incerteza e tudo isto tornaria muito mais difícil para o país livrar-se da sua dependência do petróleo e do gás.

Os membros do F.A.F.C lamentam que o governo adoptou uma posição diferente e ignorou o aviso do Banco Mundial. E continua apostar nos gastos excessivos, optando por um plano económico de misericórdia que põe a economia do país em queda livre.

O governo falhou na sua política económica, é imprescindível que o governo pudesse reavaliar os seus planos económicos, se não, será muito difícil construir um Timor-Leste melhor.Aos nossos queridos leitores, a nossa atenção especial: o F.A.F.C continua ser um espaço de debates e de produção de conhecimentos, estamos aqui pelas nossas ideias, pelas nossas convicções com o único objectivo de fazer mais e melhor por Timor. De certeza que no futuro levaremos connosco um projecto, uma ideia de desenvolvimento para Timor que nós julgamos ser o caminho certo rumo à democracia.

Coimbra, 11 de Outubro de 2008
Fórum Académico da Fretilin em Coimbra(F.A.F.C)

FAFC em Debates


Os membros do FAFC voltaram a reunir-se no dia 30 de Agosto de 2008 para mais um debate desta vez intitulado “a língua portuguesa cada vez mais esquecida”. Nesta reunião os membros desafiados como estudantes académicos tentaram responder aos seus alcances dando soluções aos Sinais relacionados com o tema. A discussão foi dividida em três partes: a importância da língua portuguesa na sociedade timorense; o fracasso dos sinais; e as críticas e soluções propostas pelos membros.

1) A importância da Língua Portuguesa
A língua portuguesa deixou as suas marcas na cultura e na identidade timorenses há quase 500 anos atrás com a sua primeira implementação através do ensino muito limitado pelos missionários dominicanos. Esta tarefa foi paralisada pelas sucessivas invasões de outras forças estrangeiras bem como holandesas, japonesas, etc. Entretanto depois da II guerra mundial (1945) esta actividade foi retomada; e depois no período da ocupação indonésia era outra vez proibida quase em todas as escolas em solo timorense. Mas ela não deixou de ser a preferência do povo timorense, ou seja, a maior razão com que a língua portuguesa escolhida pelo parlamento nacional do primeiro governo constitucional, como uma das línguas oficiais de Timor-leste foi sem dúvida por razões históricas. Essa escolha baseia-se não só apenas em uma decisão politica vaga sem reflectir as realidades existentes na cultura e na identidade timorenses – em Tétum e outros dialectos. Ao contrário a essa escolha que parece uma coisa de improviso, entretanto tem uma determinada repercussão plausível sobre a forma como enriquecer a cultura e a identidade do povo timorense.O facto de ainda não ter havido um movimento, ou uma manifestação de grande escala contra a decisão mostra que a esmagadora maioria timorense a aceita mesmo que o mesmo número não consiga expressar nessa mesma língua. Os mais velhos que, mesmo não saibam escrever nem ler, aceita esta decisão de forma exuberante e com os sorrisos nos lábios. Eles não se preocupam se sabem falar ou não. O que eles preocupam é que para que os seus filhos (as) e netos (as) não se impeçam de aprender melhor essa língua de grande importância. É importante porque com ela que os nossos antepassados utilizavam como termos eruditos nos seus Tétum e outros dialectos ainda bem vivos; que os guerrilheiros transmitiam as estratégias de guerrilha entre si contra o inimigo; que os cânticos da igreja foram e são compostas; que os timorenses diásporas e os povos irmãos dos CPLP fizeram negociações, transmitindo os nossos sofrimentos e a nossa dor ao mundo. Foi por isso que até os nossos Tétum e dialectos cheios de termos da língua de Camões. Isto não significa, portanto, só falarmos sobre a importância de uma língua com outra, mas estamos precisamente a falar sobre a cultura e a identidade timorenses através da influência fortemente linguística e não só dos laços históricos entre colonizado e colonizador. Foi assim também que aconteceu a muitos povos e nações no mundo – aos povos das línguas românicas e das germânicas colonizados pelos romanos e vikings por exemplo.

2) Os Sinais do Fracasso da Língua Portuguesa de Ser Esquecida
No segundo ponto identificar-se-ão os sinais que actualmente fazem enfraquecer o uso da língua portuguesa na sociedade. Neste ponto do debate os membros mostraram as suas preocupações através dos sinais do fracasso, achando que, se não tomarmos medidas adequadas, essa língua tornaria menos importante na sociedade timorense. Os sinais do fracasso identificados, entre outros, são: a não continuação, ou seja um número muito limitado do envio dos estudantes timorenses para Portugal e outros países dos CPLP; não há uma manobra de esforço para recrutar os estudantes licenciados em todas as áreas em Portugal; não há uma política clara entre o governo timorense e o governo português sobre a expansão da língua portuguesa principalmente no território timorense; o domínio da língua inglesa como uma língua dominadora que parece ganhar muito mais espaço.

3) Propostas, Críticas e Soluções
O que propomos é que o governo deve encontrar razões com que este considere importante e procurar meios para que a continuação da língua portuguesa seja estimulada e aprendida pelas todas camadas da sociedade timorense, principalmente as mais jovens. Porque isto trata-se de preparação sólida da futura geração com o conhecimento mais profundo da língua face à globalização. Se o governo não concorde com essa ideia deve encontrar razões claras para outras alternativas que o mesmo considere plausíveis e recebidas pelo povo timorense.O que achamos incorrecto é que não podemos ficar tão dependentes como tão-somente do dinheiro do petróleo, e só esperar os outros a fazer por nós. Somos nós que temos que decidir o que é que é mais importante para o bem do povo e da nação, não por alheios; não se faça que as nossas gerações habituadas e dependentes àquilo que os outros façam e pensem por nós; não podemos ficar tão contente porque os outros vão construir por nós centros de línguas como fazem nas outras partes do mundo sem reflectir as razões culturais e históricas enraizadas em todos os aspectos na sociedade timorense. Mas não estamos contra a decisão de construir centros de outras línguas em Timor, porque, de facto, todos nós queremos que se criem condições para que as camadas mais jovens aprendam muitas línguas ao máximo possível. Isto, no entanto, não é o nosso debate. Estamos a discutir a escolha de uma ou mais línguas intimamente ligadas à cultura e à identidade próprias timorenses – Tétum e outros dialectos desde sempre cujos termos eruditos são da língua de Camões. Mas isto também não quer dizer que ignoremos as outras línguas internacionais bem como inglês, francês, alemão, chinês, etc. Porque se a geração futura conseguir dominar todas essas línguas, isto significa um recurso humano inigualável; porque realmente precisamos desses tipos de recursos e não só para fazer negociações com o resto do mundo; e porque a nossa sobrevivência depende da nossa capacidade de fazer negociações no mundo de globalização. O que está em causa, como já tem dito, é a nossa escolha, a nossa cultura e os nossos hábitos. Se já escolhemos português porquê é o governo não envia mais estudantes a Portugal, ao Brasil e aos PALOP que estão sempre as mãos abertas para nos ajudar? Ou porquê é que não contrata mais professores desses países para lá? E porquê é que não consegue criar condições adequadas que possam reforçar instituições escolares existentes e outras que contribuem para aprofundamento da língua às camadas mais jovens?As verdadeiras soluções encontrar-se-ão nas respostas pelo governo às perguntas acima referidas que parecem tão simples, ou será que o governo não dê nenhuma importância a esta decisão tão importante da esmagadora maioria timorense? Todos nós como cidadão do estado de direito, temos direito de saber quais são as suas razões.
Coimbra, 30 de Agosto de 2008
Fórum Académico da Fretilin em Coimbra (FAFC)